quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Quatro Princípios De Liderança

Faz 50 anos que David J. Schwartz publicou “A Mágica De Pensar Grande”. Este livro é um tratado sobre pensamento positivo aplicado e muitos dos autores que fazem sucesso hoje colheram informações desta obra. Na época de sua publicação a auto-ajuda já possuía autores consagrados, mas sua força de influência era bem mais modesta do que é hoje, porém idéias tão antigas ou mesmo mais antigas (existem livros de auto-ajuda do século XIX) continuam atuais porque o princípio de energia não muda. Já me disseram em comentários a artigos desse blog que escrevo o óbvio, concordo com essa afirmação. Todo autor de auto-ajuda escreve o óbvio, escreve o tão óbvio que quase ninguém percebeu. Quando John Gray descreve o comportamento masculino e feminino já nas minhas primeiras leituras minha concordância foi imediata, mas eu nunca havia percebido aquilo e com tamanha clareza. Schwartz dá quatro princípios de liderança que servem para hoje, para 50 anos atrás, para daqui a 500 anos ou na época da Babilônia porque o ser humano em seu comportamento básico sempre será o mesmo.
O líder fala a língua dos seus liderados: para ser líder é necessário entrar na pele de quem você pretende liderar e pensar como seus liderados. O que eles querem? O que eles pretendem? O que atende suas expectativas? Como meus liderados esperam serem tratados pelo seu líder? O líder que não faz essas perguntas está sempre arriscado a perder sua liderança para outro que fará. Um chefe de empresa obterá o apoio dos subordinados a medida que falar como eles e pensar como eles nas coisas que são comuns a todos. O chefe ditador obtém apoio inicialmente, mas perde seus melhores nomes que buscarão oportunidades melhores e os que ficarem o apoiarão pela frente e o sabotarão pelas costas. O chefe que trata os subordinados como máquinas comete um erro ainda maior. É inerente ao ser humano a noção de importância e números não tem qualquer importância, este tipo de chefia fere a alma dos subordinados que passam a trabalhar na expectativa mínima de resultado. É importante atingir dez, então porque atingirei cem se não serei notado ou valorizado? Este chefe mata a alma da produção. O chefe líder de verdade é entendido porque respeita e conhece a alma de seus liderados e procura fazer-se entendido todas as vezes que se dirige a eles.
O líder trata seus liderados com humanidade: não é possível retirar eficiência de subordinados tratando-os mal. Todos têm problemas e respeitar os problemas dos subordinados é fazer aliados. O chefe que mostra compreensão com o erro dos subordinados é compreendido quando erra. Tratar a todos com deferência e confiança gera mais que um bom clima de trabalho, gera eficiência e amor dos comandados pelo comandante e pelo trabalho em si. Quem não entra no esquema dessa troca positiva torna-se visível no processo e acaba sendo naturalmente retirado. Tratar liderados como pessoas competentes e que podem e desejam dar o melhor de si cria funcionários que podem e tentam dar o melhor de si. Tratar funcionários com desprezo gerará desprezo dos funcionários pelo chefe, pelo trabalho e pela empresa.
O líder sempre aperfeiçoa a si mesmo: os funcionários costumam se tornar cópia de seu chefe. O líder que sempre está estudando, se aperfeiçoando, tentando sempre melhorar passa essa mesmo comportamento para seus liderados. Somente o chefe que dá o melhor de si mesmo para o progresso geral terá funcionários que farão o mesmo. O líder, seja numa firma, na política, numa igreja, em qualquer lugar, é aquele que consegue dar o método de um período melhor no futuro, o líder é o anunciador de um futuro melhor. O líder desleixado, que não investe em si mesmo e em seu próprio método não gerá confiabilidade que suas idéias vão criar um período verdadeiramente melhor no futuro.
O líder usa parte de seu tempo para se isolar: as grandes soluções e idéias surgem na solidão. Se nunca tivessem prendido Hitler e dado a ele mais de um ano para que desenvolvesse suas idéias, “Mein Kampf” nunca teria sido escrito trazendo tanta dor e sofrimento para o mundo. Grande parte dos grandes líderes se formaram na cadeia, lugar onde tiveram tempo para desenvolver suas idéias e ações. Os grandes líderes religiosos, sem exceção, passaram um longo tempo isolados. É na solidão que as grandes idéias surgem e que planejamos a forma de implantação delas. O líder atual, seja um chefe de empresa, um político, um religioso, deve dedicar parte de seu tempo ao isolamento, ao ócio, para poder descobrir e aprimorar suas próprias qualidades. A pessoa que tem horror a ficar sozinha encontra sérios obstáculos ao sucesso absoluto.

David J. Schwartz, A Mágica de Pensar Grande, Record.
postado por Marcelo Marinho, às 18:04 - PROFESSOR JENES JK – JULHO DE 2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário